14 – Treinamento Resistido Progressivo Melhora o Nível de Atividade Física Geral em Pacientes com Artroses de Joelhos. Um ensaio Clínico Controlado.
Comentário: Prof. Dr. José Maria Santarem*
Levantamento de lesões produzidas pelo treinamento com pesos: baixa incidência e pouca gravidade.
Zachary Y. Kerr, Christy L. Collins and R. Dawn Comstock; 2010.
Os autores enfatizam que atualmente a esperança de bons resultados com drogas que poderiam diminuir a dor ou melhorar a evolução da artrose tem diminuído muito e assim, muitos pesquisadores estão considerando cada vez mais as vantagens do tratamento não farmacológico. O treinamento resistido (TR) e programas educacionais para auto-controle têm sido considerados os pilares do tratamento não farmacológico da artrose.
Uma importante consideração é que atualmente a atividade física é recomendada para todas as pessoas com o objetivo de promover saúde geral, incluindo a redução dos fatores de risco para diabetes e doença cardiovascular associados com a obesidade. As pessoas com doenças reumatológicas também têm essa necessidade, cujas características mínimas são a atividade em três dias por semana, trinta minutos por dia e intensidade de três METs. A recomendação básica tem sido associar atividades físicas gerais, chamadas de aeróbicas com o treinamento resistido.
Diversos trabalhos recentes têm demonstrado que o treinamento resistido consegue aumentar o gasto calórico basal, o gasto calórico diário total e o gasto calórico diário em atividades físicas gerais, mesmo em pessoas idosas. Esses resultados sugerem que o TR pode aumentar de forma importante a oxidação diária de lipídeos.
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Alguns trabalhos no entanto, têm demonstrado que pessoas idosas introduzidas em TR podem diminuir as suas outras atividades físicas diárias. Os autores consideraram que isso não seria um resultado desejável da introdução do TR e propuseram o presente estudo.
MÉTODOS
Durante nove meses 171 pessoas com artrose moderada em um ou em dois joelhos foram treinadas com pesos, sendo 74% mulheres e 26% homens, com idade média de 55 anos, variando entre 35 e 68 anos com desvio padrão de 7,1 anos. As sessões tiveram a duração de uma hora e foram realizadas três vezes por semana. Cada sessão iniciou com exercícios gerais e alongamento e na seqüência foram realizados os exercícios de leg press, flexões de joelhos, elevação na ponta dos pés, adução e abdução de quadris, elevações de pernas, press peitoral e remana. Após período de adaptação foram realizados duas séries em cada exercício com carga entre 60 e 75% de 3RM (seis a oito repetições) e grau de esforço orientado pela escala de Borg (igual ou inferior a difícil 6 ou 13).
Do total de 171 participantes, 52 treinaram exclusivamente com pesos (TR), 57 fizeram apenas o programa de auto-controle de atividade física (AC) e 62 fizeram TR + AC. O auto-controle de atividade física consistiu de instruções em aula e reforço telefônico periódico sobre a importância para a saúde de atividade física, sobre as características da artrose, sobre alimentação e sobre medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios.
As avaliações de dor e de atividade física geral ocorreram no início do protocolo, aos três meses e aos nove meses. Para quantificar a dor foram utilizados questionários padronizados e para a atividade física, além dos questionários, foram considerados os dados qualitativos e quantitativos de um acelerômetro. Esse instrumento foi preso à cintura de cada participante durante sete dias em cada período de avaliação e que registra os movimentos do corpo.
RESULTADOS / DUSCUSSÃO
As cargas de treino nos exercícios utilizadas no início do protocolo foram comparadas com as utilizadas no final, mostrando significativo aumento de força nos grupos com TR.
A dor apresentou redução e a atividade física geral espontânea aumentou tanto nos grupos treinados com pesos quanto no grupo de auto-controle, mas em maior grau nos primeiros.
Os autores concluíram que pessoas com artrose de joelho devem ser tratadas com treinamento resistido porque além dos benefícios reconhecidos do TR na artrose como melhoria da força muscular, da coordenação, da flexibilidade, da dor, do humor, da auto-confiança, da depressão e da ansiedade, ainda existe o benefício de aumentar a atividade física geral.
Metodologia, tabelas, gráficos e bibliografia encontram-se no artigo original.
Comentários: José Maria Santarem
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