Dores em Idosos
Dores corporais em pessoas idosas são mais comuns do que em pessoas jovens, mas nem todos os idosos sentem dores. A origem mais comum das dores em articulações e em coluna vertebral são os processos de desgastes das estruturas do aparelho locomotor. Esses desgastes são conhecidos como processos degenerativos e afetam as cartilagens, tendões, ligamentos e músculos. O desgaste dos ossos (osteopenia/osteoporose) não produz dores, a não ser quando ocorre fratura.
Os processos degenerativos fazem parte do envelhecimento, que começa por volta dos 25 anos de idade. A magnitude dos desgastes é condicionada geneticamente: pessoas relativamente jovens podem ter grandes desgastes e pessoas mais idosas podem apresentar apenas pequenos desgastes. Geralmente os desgastes das articulações não produzem dor diretamente, mas criam instabilidades e fragilidades. Quando ocorrem esforços podem surgir processos inflamatórios que originam dores. No caso da coluna vertebral as dores podem ser sentidas à distância, em ombros, braços, costas, coxas e pernas.
As temperaturas mais baixas costumam acentuar dores musculoesqueléticas, mas existe grande variação interindividual nesse aspecto. As pessoas mais sensíveis ao frio devem permanecer agasalhadas em todas as suas atividades nos meses de inverno. Os processos degenerativos que provocam dores são considerados doenças e estudados na reumatologia: artroses, tendinoses, meniscopatias, discopatias. A reumatologia também estuda outras doenças não degenerativas que produzem dores: artrites, espondilites, infecções e tumores, entre outras. Repouso, massagens, frio ou calor, acupuntura e medicamentos podem aliviar as dores, mas é necessário que um médico faça o diagnóstico da origem da dor para um tratamento correto.
No caso dos processos degenerativos os exercícios de fortalecimento muscular são os mais indicados para evitar crises de dores. Os exercícios resistidos, realizados com pesos graduados, são os mais eficientes e seguros: é possível adequar os exercícios para não forçar demais as estruturas, o que poderia agravar os sintomas dolorosos. Quando se fortalece os músculos os tendões também são fortalecidos, e as inflamações crônicas tendem a se resolver.
Os músculos fortes estabilizam as articulações evitando dores por desgastes de cartilagens, meniscos e discos intervertebrais. Alem disso os exercícios resistidos produzem o melhor alongamento muscular que se pode fazer, aliviando dores de músculos contraturados, com a vantagem de não forçar as articulações quando estas estiverem doloridas.
* José Maria Santarem é médico fisiatra, coordenador de pós-graduação na Escola de Educação Permanente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, consultor científico da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte e diretor do Instituto Biodelta.
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