Epicondilites e Musculação
Epicondilites e Musculação
Sem dúvida as dores na articulação dos cotovelos podem ter diversas causas, sendo a mais comum a epicondilite.
A epicondilite se caracteriza por uma inflamação no periósteo, tecido que reveste o osso, no local de inserção dos músculos ou tendões.
Impacto do Envelhecimento: Fragilidade Muscular e Tendinopatias
Certamente quando os tendões sofrem sobrecargas excessivas, eles tracionam o periósteo, resultando em um processo inflamatório tanto nos tendões quanto no tecido ósseo, podendo se tornar crônico se não for devidamente tratado.
Sem dúvida os processos degenerativos, que fragilizam as inserções musculares e tendões, são o fator mais importante predisponente das epicondilites.
Dessa forma epicondilites podem ser laterais, afetando os tendões dos músculos extensores dos punhos e o flexor do cotovelo (músculo braquiorradial).
Elas também podem ser mediais, limitando atividades simples da vida diária ao afetar os flexores dos punhos.
Sem dúvida as causas mais comuns são os esforços repetitivos na prática esportiva ou em atividades diárias, como o uso excessivo de computadores e celulares.
Dessa forma, quando há comprometimento anatômico do tendão, conhecido como tendinopatia, os tendões tornam-se mais suscetíveis a processos inflamatórios e lesões.
Além disso a tendinopatia também depende da constituição genética de cada pessoa e, associada ao enfraquecimento muscular, tende a agravar a sua evolução.
Intervenções Terapêuticas: Fortalecimento Muscular em Foco
Indiscutivelmente o fortalecimento muscular tem se mostrado uma intervenção terapêutica eficiente no tratamento e melhora da dor, assim, se mostrando superior aos tratamentos convencionais, como fisioterapia analgésica e medicação.
Com certeza o uso contínuo de corticóides e antiinflamatórios tendem a prejudicar a constituição física dos tendões (Camargo et al., 2014).
Exercícios Resistidos: Musculação como Aliada no Tratamento das Epicondilites e Musculação
Sem dúvida exercícios resistidos, conhecidos como musculação, são eficientes para melhorar a força de músculos e tendões.
Também são seguros para pessoas com limitações musculoesqueleticas, porque a sobrecargas pode ser controladas.
Musculação e Epicondilites: Cautelas e Boas Práticas
Certamente os exercícios básicos da musculação, como supino ou press peitoral e a remada, devem fazer parte inicialmente do programa de treino.
Certamente, devemos evitar a extensão total dos cotovelos durante os exercícios, especialmente nos exercícios de empurrar, onde os músculos flexores dos cotovelos experimentam uma maior sobrecarga excêntrica.
Na barra ou manopla do equipamento, sem dúvida é importante realizar a pegada falsa, ajudando assim a diminuir a força de preensão, que costuma agravar a dor na região.
Pegada Adequada: Reduzindo Sobrecarga nos Cotovelos
Certamente nas remadas o uso de straps pode ajudar a diminuir a sobrecarga nos cotovelos durante o exercício.
Entretanto atenção para possíveis problemas na articulação do punho porque os straps tracionam essa articulação.
Inicialmente, devemos evoluir gradativamente as cargas, acompanhando a melhora dos sintomas.
Adaptações nos Exercícios: Estratégias para Minimizar Dor das Epicondilites na Musculação
Sem dúvida exercícios que podem complementar o programa de treino são as roscas e exercícios específicos para o antebraço.
Dessa forma, a rosca lateral, pode ter efeitos terapêuticos para a articulação do cotovelo, mas com cargas inicialmente leves e amplitudes tateando o conforto.
Assim sendo, exercícios que provocam ou pioram a dor, mesmo com adaptações, não devem ser insistidos.
Notadamente outros exercícios importantes são as extensões e flexões de punho, que podem ser realizados com halter.
Dessa forma as cargas e amplitudes seguem as mesmas observações da rosca lateral.
Ênfase na Fase Excêntrica: Benefícios Comprovados
Certamente, mesmo nas pequenas amplitudes, enfatizamos a velocidade dos movimentos na fase excêntrica.
Estudos científicos documentaram a associação da execução lenta da fase excêntrica com a melhora dos processos inflamatórios.
Assim, podemos tentar as isometrias, no entanto, quando não obtêm sucesso, recorremos às isotonias.
Avaliação Contínua: A Importância da Revisão do Treino
Sem dúvida praticantes avançados de musculação com processo novo de epicondilite precisam ter o treino reavaliado, especialmente no seu volume, além dos cuidados citados acima.
Certamente, podemos diminuir as repetições para amenizar a sobrecarga causada pela repetição nas articulações dolorosas e fragilizadas, podendo trabalhá-las entre 6 e 10.
Altos Volumes Dificultam o Processo de Recuperação.
Frequentemente vemos na musculação uma quantidade exagerada de exercícios nos programas de treino, dificultando o processo de recuperação ou podendo agravar as dores.
Certamente em relação a frequência semanal, é importante lembrar que os tendões também precisam de um período mínimo de 48 horas para recuperação, assim como os músculos (ref).
Cuidado no Manuseio dos Pesos
Certamente o colocar e tirar peso dos próprios equipamentos também podem sobrecarregar os cotovelos.
Assim sendo, às vezes sendo recomendado treinar em dias alternados, evitando dias seguidos, mesmo com divisão de treino.
Monitoramento Médico: Crucial para Avaliação da Dor em Exercícios
A piora no quadro de dor durante ou pós exercícios deve ser avaliada e acompanhada por um médico.
Tempo e Paciência: O Desafio do Processo de Cicatrização
Notadamente o processo de cicatrização das epicondilites costuma ser longo, às vezes com período de 6 meses ou mais na melhora no quadro.
Dessa forma exigindo conhecimento do profissional da musculação e paciência por parte do aluno no programa de treino.
Avaliação Contínua: A Evolução Gradual dos Sintomas de Epicondilites e Musculação
Sem dúvida profissionais especialistas em treinamento resistido e doenças são os mais recomendados no acompanhamento de casos de epicondilites na musculação.
* Sandra Nunes de Jesus é formada em Educação Física e Pedagogia; especialista em fisiologia do treinamento resistido na saúde, na doença e no envelhecimento pela Faculdade de Medicina da USP e é coordenadora técnica do Instituto Biodelta.
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