O objetivo deste artigo foi fornecer uma revisão sistemática e meta-análise de ensaios clínicos randomizados (ECR) que investigaram os efeitos de diferentes intervenções de exercício resistido (ER) na capacidade de equilíbrio em todas as faixas etárias.

Esta revisão explorou se o exercício resistido (ER) poderia ser usado para melhorar o equilíbrio, força e potência muscular em participantes saudáveis de qualquer faixa etária. Treze estudos foram incluídos na meta-análise. O treino de equilíbrio/controle postural é um componente importante para a melhora da função física de todas as populações, especialmente para os idosos, por reduzir a probabilidade de quedas e melhorar a independência nas atividades da vida diária. Na prática clínica é útil sabermos quais intervenções podem melhorar o equilíbrio, além daquelas que visam diretamente o equilíbrio e a estabilidade. O ER é considerado um dos exercícios mais importantes para prevenir a sarcopenia e se ele também for benéfico para o equilíbrio em adultos, poderia ser recomendado como a principal modalidade de exercício quando seu tempo é restrito, e poderia ajudar a prevenir tanto a sarcopenia como problemas associados ao equilíbrio deficitário.

Foi demonstrado que o ER diminui o risco de quedas, seja como uma intervenção única ou como parte de outras intervenções. Alguns autores relataram que a capacidade de equilíbrio de idosos, avaliada por meio de teste de alcance funcional, apoio unipodal e teste timed up and go, melhoraram após intervenção de intensidade moderada de ER, mas não de intensidade baixa. Portanto, moderada e alta intensidade são provavelmente superiores a baixa intensidade em termos do efeito no equilíbrio.

Há algumas explicações para a melhora do equilíbrio após ER, uma delas é porque a maioria dos testes de equilíbrio exige pelo menos algum nível de força, o que pode ser evidenciado em adultos mais velhos. A outra explicação é que o ER insere algum nível de instabilidade que deve ser compensado pelo corpo, independentemente do tipo de ER. Esta revisão não revelou se o efeito induzido pelos ER no equilíbrio foi eficaz para a redução da incidência de quedas.

Os estudos sugerem que ambos os sexos melhoram o equilíbrio com o ER, com efeitos menores nas mulheres. Para adultos, um estudo de duração mais curta (3 semanas) mostrou efeitos menores, sendo que a maioria durou entre 4 a 6 semanas, o que indicou que intervenções de duração mais longa devem ser realizadas.

Embora tenha sido difícil comparar estatisticamente várias intervenções de ER, parece que diferentes modalidades (pesos livres, exercícios com peso corporal, exercícios elásticos e máquinas de resistência) são todas eficazes. Além disso, encontraram evidências de melhorias no equilíbrio após ER direcionado a membros inferiores em combinação com o tronco numa mesma sessão. A maioria das intervenções foi realizada 2 a 3 vezes por semana, o que está de acordo com as diretrizes atuais para ER. A maioria dos estudos examinados apresentou efeito positivo do ER na capacidade de equilíbrio, independentemente da duração da intervenção, do tipo de carga, intensidade, e volume do exercício.

Uma limitação desta revisão foi o número pequeno de estudos e diferentes testes de avaliação de equilíbrio utilizados, dificultando as análises de subgrupos, sendo isso valioso para avaliar os efeitos de diferentes variáveis independentes, como intensidade do exercício, frequência semanal, atividade física basal, e estado físico dos participantes.

Esta revisão sistemática mostrou que as intervenções de ER além de melhorar força e potência muscular, podem melhorar significativamente a capacidade de equilíbrio ao mesmo tempo em participantes adultos e idosos. Esta descoberta tem implicações práticas importantes em termos de tempo ao tentar melhorar a aptidão física geral.