41  Eficiência do Treinamento Resistido e do Treinamento Convencional para Equilíbrio em Idosos  Um Estudo Experimental, Controlado e Randomizado

Comentário: Prof. Dr. José Maria Santarem*

O treinamento resistido é mais eficiente para melhorar a estabilidade corporal em idosos do que exercícios clássicos para equilíbrio, mesmo quando realizado com equipamento rudimentar e programas não convencionais.

Abraham M. Joshua, Vivian D’Souza, B. Unnikrishnan, Prasanna Mithra, Asha Kamath, Vishak Acharya, Anand Venugopal, 2014.
Journal of Clinical and Diagnostic Research. 2014 Mar, Vol-8(3): 98-102

Inicialmente os autores comentam que idosos institucionalizados têm maior incidência de quedas do que idosos que vivem na comunidade. Também é enfatizado que as quedas em idosos têm alta morbidade devido às frequentes lesões, consequente dependência de outras pessoas e morte por complicações de imobilização.

Como se sabe o sedentarismo potencializa efeitos adversos do envelhecimento. Nas quedas influem a perda de massa muscular e força, as perdas sensoriais, o aumento do tempo de reação e a diminuição das amplitudes articulares.

Na introdução do trabalho os autores comentam que diversos estudos já mostraram que o treinamento resistido pode diminuir o risco de quedas e a incidência de quedas em idosos, principalmente quando associados a exercícios clássicos para equilíbrio.

O objetivo deste trabalho foi testar a eficiência na prevenção de quedas do treinamento resistido comparativamente ao treinamento clássico para equilíbrio.

Após avaliação de fatores de inclusão e de exclusão, 54 pessoas de ambos os sexos e acima de 65 anos foram aleatoriamente divididas em três grupos, para treinamento quatro vezes por semana durante seis meses:
1) treinamento resistido
2) treinamento de equilíbrio
3) treinamento combinado (resistido e equilíbrio)

O treinamento resistido foi realizado em sessões de uma hora, quatro vezes por semana para os mesmos grupos musculares, com exercícios para flexores, extensores e abdutores dos quadris; flexores e extensores dos joelhos; flexores plantares e dorsais dos tornozelos. A resistência utilizada foram sacos de areia. Os autores não explicam quais foram os exercícios e nem qual foi o número de séries, mas comentam que as repetições ficaram entre 10 e 15 e os descansos entre séries entre 30 e 60 minutos. A suposição mais provável é que foram realizados exercícios uni-articulares de cadeia aberta.

As sessões de treinamento de equilíbrio tiveram a duração de 45 minutos, com exercícios como permanecer em pé com uma única perna, transferência de peso entre as pernas, marcha com os pés alinhados, marcha com os pés cruzados, marcha em “oito”, caminhar com inclinações variadas sobre espuma e perturbações de equilíbrio na posição sentada.

O grupo de treinamento combinado fez dois dias por semana de treinamento resistido e dois dias por semana de treinamento de equilíbrio.

Para avaliar os resultados foi utilizado um teste funcional para estabilidade dinâmica realizado antes do início do treinamento, após três meses de exercícios e ao final do protocolo (6 meses).

Os três grupos melhoraram o desempenho nos testes, mas o grupo de treinamento resistido melhorou significativamente mais do que os outros dois.

Os autores comentam que o treinamento resistido deve ter os seus melhores resultados no desempenho nos testes de equilíbrio dinâmicos relacionados com o aumento da força muscular, que tem a sua importância já reconhecida na prevenção de quedas.

Nossa consideração é que o treinamento resistido foi conduzido de forma não habitual e com equipamento reconhecidamente pouco eficiente e apesar disso, mostrou melhores resultados do que exercícios tradicionais para equilíbrio.

Metodologia, tabelas, gráficos e bibliografia encontram-se no artigo original.

 

Comentários: José Maria Santarem