Reposição Hormonal com Testosterona

Reposição hormonal com testosterona: Inicialmente deve ser esclarecido que a maioria das associações médicas aceita e recomenda a reposição hormonal com testosterona para homens quando bem indicada.

Prevalência de Deficiência de Testosterona

Cerca de 15% dos homens entre 50 e 60 anos apresentam níveis de testosterona abaixo do normal.

Entretanto, é importante notar que esse percentual aumenta consideravelmente, atingindo cerca de 80% aos 80 anos. Essa transição entre faixas etárias destaca a relevância do tema ao longo do envelhecimento masculino..

Critérios para Indicação da Reposição Hormonal

A indicação de reposição hormonal ocorre quando se associam níveis de testosterona abaixo do normal a sintomas clínicos correlatos, tais como perda de interesse sexual, fadiga e diminuição da capacidade física.

Assim, essa correlação entre níveis hormonais e sintomas clínicos é fundamental para embasar a decisão médica na prescrição da reposição hormonal.

Níveis Normais de Testosterona e Recomendações

Apesar dos sintomas clínicos evidentes, apenas eles não justificam a reposição hormonal com testosterona. Sendo assim, isso ocorre porque esses sintomas podem ser atribuídos a fatores como sedentarismo e depressão psicológica.

Portanto, é crucial realizar uma análise abrangente para identificar as verdadeiras causas dos sintomas antes de considerar a terapia de reposição hormonal.

Os níveis sanguíneos normais de testosterona em jovens situam-se entre 500 e 700 ng/ml e em idosos entre 300 e 450 ng/ml.

Métodos Seguros de Tratamento e Seus Benefícios

A recomendação mais amplamente adotada é a de que a reposição com testosterona em idosos mantenha os níveis hormonais entre 400 e 500 ng/ml.

Certamente dentre os métodos disponíveis, os géis e adesivos cutâneos destacam-se como os mais seguros para o tratamento.

Exercícios Físicos e Estímulo Adicional aos Efeitos

A testosterona, por sua vez, exerce reconhecidos efeitos benéficos sobre a composição corporal.

Assim, devido a esses efeitos, emergem outros benefícios significativos, tais como o aumento da força muscular e da capacidade física geral. Além disso, observa-se uma diminuição na resistência à insulina, contribuindo para um melhor controle do diabetes.

Adicionalmente, ocorre uma redução da gordura visceral e um consequente aumento do bem-estar psicológico.

Importante observar que todos esses efeitos sem dúvida são ainda mais potencializados pelos exercícios físicos, destacando-se especialmente a musculação com pesos.

Contraindicações Absolutas e Avaliação Prévia

Sem dúvida a reposição hormonal com testosterona em homens só tem uma contra indicação absoluta: câncer de próstata diagnosticado ou suspeito.

Certamente a influência da testosterona no aparecimento do câncer de próstata é discutível, mas quando a doença existe a sua progressão é muito estimulada pelo hormônio.

Monitoramento e Riscos Associados à Reposição Hormonal com Testosterona

Certamente ninguém deve iniciar uma reposição hormonal com testosterona sem antes dosar o PSA sanguíneo e fazer um toque prostático.

Assim, níveis de PSA acima de 2,5 ng/ml ou toque suspeito indicam a necessidade de biópsia da próstata antes de iniciar tratamento hormonal.

Dessa forma, confirmando a doença ou a sua alta probabilidade a reposição estará contra indicada.

Efeitos Colaterais Potenciais e Cuidados Necessários

Certamente, um dos efeitos da testosterona é o aumento dos glóbulos vermelhos no sangue, aumentando a probabilidade de tromboses e embolias, potencialmente graves.

Logo, por essa razão a presença de hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e insuficiência renal exigem acompanhamento mais frequente da pessoa em reposição.

Sem dúvida, no acompanhamento laboratorial da reposição hormonal com testosterona devem ocorrer as dosagens de níveis hormonais, PAS, hematócrito (parâmetro para avaliar o número de glóbulos vermelhos) e gorduras do sangue (pode ocorrer piora do perfil hormonal).

Indiscutivelmente, a manutenção de níveis supra fisiológicos de testosterona é consensualmente desaconselhada em todas as idades devido ao aumento de ocorrência de hipertensão arterial, aterosclerose, doença cardíaca e acidentes tromboembólicos.

Consensos das Associações Médicas sobre Reposição Hormonal com Testosterona

Não há polêmicas sobre isso nos posicionamentos das associações médicas.

* José Maria Santarem é doutor em medicina pela Universidade de São Paulo, fisiatra e reumatologista pela Associação Médica Brasileira, consultor científico da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, coordenador de pós-graduação na Escola de Educação Permanente do HC-FMUSP, diretor do Instituto Biodelta, autor do livro Musculação em Todas as Idades (Ed. Manole) e coordenador do site acadêmico www.treinamentoresistido.com.br.