63  Treinamento resistido e Esclerose Múltipla

Comentário: Profa. Hélena Dalla Bernardina e Dra. Luciana Mastandrea

Review Article

Muscle strength and power in persons with multiple sclerosis – A systematic review and meta-analysis

Jørgensen MLKa, Dalgas Ua, Wens I b, Hvid LGa

Journal of the Neurological Sciences 376 (2017) 225–241

http://dx.doi.org/10.1016/j.jns.2017.03.022

esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica que compromete o sistema nervoso central​​ (SNC), onde ocorre uma desmielinizarão dos neurônios (a bainha de mielina é destruída com inflamação e escoriação.

A força muscular e a potência dos membros inferiores são reduzidas e influencia negativamente no desempenho da marcha, no equilíbrio, na força dos membros inferiores para subir escadas e na capacidade de sentar e levantar da cadeira.

Isso pode se traduzir potencialmente nos níveis mais baixos de atividade física observados em pessoas com Esclerose Múltipla  comparado com um grupo controle saudável. Esse trabalho possui 3 objetivos para o estudo.

Revisar sistematicamente 1) as propriedades psicométricas dos testes de dinamometria isocinética em pessoas com esclerose múltipla.

2) estudos comparando a função mecânica muscular em pessoas com esclerose múltipla  comparado com controles saudáveis .3) os efeitos do treinamento resistido progressivo da na função mecânica muscular em  pessoas com esclerose múltipla, nesse objetivo que foi feito a meta- análise.

Os resultados foram: Objetivo 1 mostraram a confiabilidade intra e inter sessão alta quando realizaram flexão e extensão isocinética do joelho em diferentes velocidades e ângulos. No Objetivo 2 os dados mostraram que no grupo de pessoas com EM como no gruplo controle, seguem uma clássica relação força-velocidade, em diferentes velocidades de contração e concluíram que os prejuízos em pessoas com EM vs. controle são mais pronunciados durante as contrações concêntricas do que as contrações excêntricas , e piora na medida que a velocidade de contração concêntrica aumenta. O objetivo 3 para a meta-análise foram incluídos estudos com critérios bem definidos como a intervenção durando 3 a 24 semanas, com freqüência de treinamento variando de 2 a 5 vezes por semana com uma intensidade progressivamente crescente entre 50 e 90% de 1RM. O número de exercícios incluídos no programa TR variou de 2 a 5. A meta-análise revelou um efeito pequeno, porém significativo, a favor do grupo que realizou TR.

Os principais achados da revisão atual foram que a dinamometria isocinética é uma ferramenta confiável para avaliar a força muscular em pessoas com esclerose múltipla.. Além do que,  a força muscular na pessoa com esclerose múltipla é prejudicada em comparação com o grupo controle saudável, particularmente ao realizar contrações concêntricas moderadas a rápidas. Outras deficiências incluíram taxa de desenvolvimento de força na fase inicial (0–50 ms) e a capacidade de gerar de potência.

Estudos mostram que  algumas das  alterações morfológicas e neurais adversas que ocorrem em pessoas com esclerose múltipla  melhoraram após TR, houve também aumento na área de secção transversa  (todos os tipos de fibras musculares de m. vasto lateral) após 12 semanas de TR e no músculo

(quadríceps e músculo isquiotibiais) após 24 semanas.

Eles encontraram um aumento na potência muscular de 40 a 80% da CVMI   apoiando que o treinamento de força em alta velocidade possa contribuir  para a função mecânica muscular menos prejudicada em velocidades rápidas. Mesmo os resultados sendo positivos, poucos estudos empregaram esse tipo de treinamento nesses pacientes.

Os autores reforçam a necessidade que existe dos artigos serem publicados baseados em métodos TR bem definidos, seguindo diretrizes.

Uma das dificuldades encontradas na meta- análise  foram:  diferentes métodos de treinamento , como séries, números de exercícios por sessões  e tipos de intensidades.

Para finalizar, o TR pode melhorar a força muscular, a potência e a Taxa de desenvolvimento de força ( TDF) – força explosiva em pessoas com esclerose múltipla.

Metodologia, tabelas, gráficos e bibliografia encontram-se no artigo original.

Comentários: José Maria Santarem