61  Avaliação comparativa da ativação muscular e cinemática escapular em máquina para press peitoral Biodelta com alavancas e press supino com barra.

Comentário: Prof. Dr. José Maria Santarem*

Eduardo Borges; Helena Dalla; Luciana Mastandrea; Sandra Nunes; José Santarem

Instituto Biodelta – Sao Paulo, BRAZIL

College of Physical Education YMCA of Sorocaba – Sao Paulo, BRAZIL

 Journal of Physical Education and Sport ® (JPES), Vol 19 (Supplement issue 3), Art 131, pp 912. – 916 2019 online ISSN: 2247 – 806X; p-ISSN: 2247 – 8051; ISSN – L = 2247 – 8051 c JPES

Published online:May 31, 2019

(Accepted for publication April 08, 2019)

DOI:10.7752/jpes.2019.s3131

Aparelhos para exercícios resistidos com sistema de alavancas e pesos livres podem ser projetados com a proposta de reduzir as sobrecargas articulares e potencializar a ativação muscular. Muitos praticantes referem maior conforto articular com esse tipo de equipamento, o que poderia ser explicado pelo sistema mecânico utilizado teoricamente diminuir a solicitação de músculos e ligamentos estabilizadores. No caso do movimento de press peitoral a cinemática escapular mais adequada poderia ser uma outra explicação para o suposto maior conforto nos aparelhos com alavancas.  Com relação à ativação muscular, espera-se que a variação adequada de carga e de direção dos vetores de força ao longo do curso dos movimentos nos aparelhos com alavancas possa produzir uma boa ativação muscular. Pode-se especular que a comprovação dessas qualidades colocaria esse tipo de equipamento em situação de boa opção para o treinamento de atletas que trabalham nos seus limites de carga e que desejam uma boa sensação de trabalho muscular associada com conforto articular. Outra possível aplicação relevante seriam os exercícios de fortalecimento muscular em pessoas com dor articular de diversas origens.

O objetivo do presente estudo foi comparar a cinemática escapular e a ativação muscular do peitoral maior, deltoide anterior e serrátil anterior nos exercícios desenvolvimento supino com barra e máquina com alavancas da marca Biodelta.

Após seleção e adaptação, 15 voluntários realizaram sessões de avaliação eletromiográfica e de cinemática escapular com vídeos. Após aquecimento, os voluntários foram avaliados em 4 repetições em cada exercício com cargas de 50% de 1 RM e em 10RM, em dias diferentes. Esses procedimentos são habitualmente utilizados para avaliar a ativação muscular em exercícios resistidos.

A ativação muscular não foi estatisticamente diferente entre o supino com barra comparado ao press peitoral Biodelta, quando os voluntários utilizaram peso para executar 10 repetições máximas. Quando os voluntários utilizaram 50% do peso de 10 repetições máximas, o supino com barra apresentou maior ativação eletromiográfica para os músculos serrátil anterior e porção clavicular do peitoral maior em relação ao press peitoral com alavancas. A mobilidade de abdução do cíngulo escapular foi estatisticamente maior no press peitoral com alavancas do que no supino livre ( 19.8° vs 7.8° ) para ambos os pesos de 10 repetições máximas e 50% de 10 repetições máximas .

A conclusão do trabalho quanto à ativação muscular em cargas habituais de treinamento é que ambos os exercícios ativam igualmente os músculos exercitados. A ativação muscular com cargas menores sugere que o press peitoral com alavancas ative menos músculos sinérgicos e estabilizadores, o que pode ser uma das explicações para o maior conforto articular referido nesse exercício. Outra possível explicação é a maior mobilidade da escápula no press peitoral com alavancas, visto que no supino com barra o maior apoio do dorso limita os movimentos escapulares, o que também explica a maior ativação do serrátil anterior.

 

Metodologia, tabelas, gráficos e bibliografia encontram-se no artigo original.